23 de setembro de 2009


A evolução

A comunicação Social evolui à medida que o homem evolui e constrói novas maneira de expressar e de se adaptar às necessidades do seu tempo. Assim, entre o período de 1960 a 1980 o papel do jornalismo e da comunicação esteve diretamente ligado a necessidade do homem de criar novas tecnologias que permitissem a ele, se proteger, repassar suas idéias e disseminar sua maneira econômica e cultural. Para isso houve um uso exacerbado dos meios de comunicação de massa, já que o mundo viva em plena Guerra Fria.

A Guerra Fria foi uma disputa pela hegemonia mundial entre Estados Unidos e União Soviética após a II Guerra Mundial. Foi uma intensa guerra econômica, diplomática, ideológica e tecnológica pela conquista de zonas de influência. Ela dividiu o mundo em dois blocos, com sistemas econômicos e políticos opostos. A URSS possuía um sistema socialista, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Já os USA, defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada. Para mostrar a supremacia de cada um dos lados os meios de comunicação foram o principal veículo para difundir suas idéias.

A televisão, principalmente através do cinema e da propaganda, foi utilizada para convencer o mundo de qual seria o melhor sistema para se viver, o capitalismo ou o socialismo. Os filmes de Hollywood cativaram bilhões de pessoas no mundo, com imagens maniqueístas que mostravam os comunistas de modo geral como seres humanos perversos. Os filmes soviéticos também apresentavam os cidadãos norte-americanos como seres movidos pela ganância do dinheiro e pela vontade de dominar outros povos.

Os feitos esportivos e científicos também ajudavam na propaganda. Por isso a corrida espacial ocupou as páginas principais da imprensa mundial. Os soviéticos saíram na frente quando puseram o primeiro satélite no espaço, Sputnik, também enviaram o primeiro astronauta no especo, Yuri Gargárim, que proclamou a famosa frase, estampada nos principais jornais da época: “ A Terra é azul”. Os soviéticos também lançaram as primeiras naves-robô à Lua, porém foi os Estados Unidos que levaram o primeiro homem à Lua, Neil Armstrong, em 1969. Esse feito pôde ser acompanhado pela televisão, pela emissora CBS. A transmissão foi feita por Walter Cronkite, a cobertura do acontecimento deu à CBS uma estrondosa vitória nas audiências, e consolidou ainda mais o prestígio e a influência de Walter Cronkite junto dos americanos.

As olimpíadas foram um excelente campo de disputa entre URSS e USA no período em que participavam dos Jogos Olímpicos, os soviéticos conquistaram mais medalhas de ouro do que os norte-americanos. Para aqueles, este era um indício da superioridade do sistema socialista sobre o capitalista. Os Jogos de Moscou, em 1980, transformaram-se em um evento midiático, feitos sob medida para serem transmitidos a espectadores a milhares de quilômetros de distância. Ganhando a simpatia do mundo com seu mascote irresistível, o urso micha. No Estádio Lênin, painéis perfeitamente movimentados por centenas de pessoas davam movimento ao ursinho, que ainda chorou na despedida. A festa em Moscou não foi perfeita por conta do boicote político de mais de 30 países, estimulados pelos Estados Unidos.

Outro campo beneficiado pelos avanços tecnológicos foi o das Telecomunicações. Temendo um possível bombardeio soviético, durante a década de 1960, universidades americanas desenvolveram um novo tipo de comunicação entre os computadores, que seria conhecida como Arpanet. A lógica do sistema era a seguinte: caso fosse feito um bombardeio soviético, a central de informações não estaria centrada em um só lugar, mas sim em vários. E estas centrais seriam conectadas entre si. O sistema foi inaugurado com sucesso em 1969, na Universidade da Califórnia (UCLA), com o envio de uma mensagem de caracteres para outro servidor. Durante a década de 1970 o uso dessa tecnologia se manteve restrito a fins militares e acadêmicos. Somente em convenção realizada no ano de 1987, a rede foi liberada para uso comercial. A partir de então a Arpanet passou a se chamar Internet.

Com o desenvolvimento da internet o isolamento e a dependência imposta devido a alguns tipos de limites acabaram. Começou um novo tipo de relacionamento bem mais amplo cujas dependências também seriam outras. A partir de então novas descobertas tornariam a comunicação cada vez mais próxima do homem, Nesse contexto surge o termo hipertexto criado por Ted Nelson. A concepção do autor o hipertexto está ligado a idéia de links bi-direcionais, ao contrário da unidirecionalidade dos links atuais. Aparecem também os computadores pessoais, que beneficiam a proximidade entre a informação e o homem. Ressaltando ainda mais essa aproximação é desenvolvido o MSG, primeiro programa que permitia escrever, responder ou redirecionar e-mail. Diante disso percebemos que à medida que se comunica, o homem se descobre, descobre o mundo, o outro, cria códigos, estabelece hierarquia. Ou seja, não há humano sem comunicação.


Corrigido pela Ingrid

4 de setembro de 2009


Duas histórias, duas interpretações

Aos observarmos dois filmes de cunho jornalístico como “O Custo da Coragem” e “Todos os Homens do Presidente” nos deparamos com casos tão parecidos, onde jornalistas investigativos tentam denunciar um crime, seja social ou político, mas agem de maneira totalmente diferente. Na primeira película a jornalista Verônica Guerin investiga o tráfico de drogas na cidade de Dublin, Irlanda, porém para conseguir informações (para sua matéria) coloca a sua vida e a de sua família em risco, além de não agir perante a ética de sua profissão, deixando-se deslumbrar com a fama e não averiguando a veracidade dos fatos. Em contra a partida o segundo longa metragem retrata a estória de dois jornalistas americanos do Washington Post, Bob e Carl, que se esforçam ao máximo para obter informações verdadeiras para solucionar o caso. Buscando sempre confirmar seus dados e não se deslumbram com a suposta fama que poderão ter.

O filme o “O Custo da Coragem” conta a estória da jornalista Verônica Guerin que trabalhava no jornal The Sunday Independent como repórter investigativa. Após perceber o aumento do tráfico de drogas nos anos 90, na cidade de Dublin, na Irlanda, resolve investigar e publicar suas descobertas. Durante dois anos investiga incessantemente o caso, publica várias matérias sem sequer checar a veracidade dos fatos divulgados- mesmo tendo consciência de que poderia estar sendo manipulada por suas fontes, algum que foge da ética jornalística. Além disso, Verônica logo se deslumbra com os holofotes, parecendo importa-se mais com a autopromoção do que com sua própria segurança ou mesmo com a de sua família. No final acaba morrendo, porém vira heroína na Irlanda, pois sua morte mobilizou a justiça, fazendo com que esta agisse, investigando a fundo o tráfico, prendendo mais de 150 pessoas envolvidas e criando uma lei de auxilia às testemunhas.

A película “Todos os Homens do Presidente” relata a estória de dois os repórteres investigativos americanos, Bob e Carl, do jornal The Washington Post que tentam desvendar toda a armação do caso de Watergate, que envolvia o então reeleito presidente americano Richard Nixon em 1972. Durante todo o caso, observa-se a busca dos jornalistas pelas fontes, os quais investigaram sem parar, de maneira obsessiva, todos os prováveis suspeitos de estarem ligados ao caso. Após dois anos de busca eles conseguiram de maneira limpa e clara denunciar o maior escândalo de corrupção da política norte-americana e tirar o presidente Nixon do poder.

Segundo Ester Kosovski no seu livro “Ética, Imprensa e Responsabilidade social” “ a liberdade de imprensa não pode abranger a publicação de notícias ou acusações sem a devida investigação da veracidade dos fatos ou a violação da intimidade, invasão da privacidade”. Com isso ao compararmos o papel ético dos jornalistas em ambos os filmes, percebemos que Verônica Guerin não foi tão ética pois por mais que investiga-se a fundo o tráfico de drogas, publicava matérias sem sequer checar a verdade dos fatos divulgados, mesmo sabendo que poderia estar sendo enganada, alem de não informas os nomes de suas fontes . Contudo encanta-se com a fama e com a autopromoção, esquecendo da sua própria segurança ou mesmo com a da sua família. Já em “Todos os Homens do Presidente” os jornalistas tem a consciência, como dito pelo editor de Bob e Carl no filme, de que a escrita é uma arma que pode ser favorável ou não ao jornalista, que não tem apenas que escrever bem, mas saber escrever o que era fundamental e verdadeiro. Pois eles possuem “a capacidade de influir e mudar uma situação” (KOSOVSKI, 1999), com isso eles buscavam as notícias onde ninguém as via e onde nem sabiam que poderiam ser encontradas, mas sempre divulgando as fontes e nunca deixando-se iludir com uma provável fama que adquiririam. A ética e forma com que esta foi aplicada e interpretada é sem dúvida a grande diferença dos filmes.

DADOS DOS FILMES

  • Todos os Homens do Presidente

(All the President's Men, 1976)

» Direção: Alan J. Pakula

» Roteiro: Carl Bernstein (livro), Bob Woodward (livro), William Goldman (roteiro)

» Gênero: Drama

» Origem: Estados Unidos

» Duração: 138 minutos

» Tipo: Longa-metragem

  • O Custo da Coragem

(Verônica Guerin)

» Direção: Joel Schumacher

» Roteiro: Carol Doyle

» Elenco: Colin Farrell (Tattooed Boy), Brenda Fricker (Bernie Guerin), Cate Blanchett (Veronica Guerin), Ciarán Hinds (John Traynor)

» Gênero: Drama

» Ditribuidora: Buena Vista