7 de julho de 2010

Ola, este poema que publicarei hoje é um dos meus favoritos. De analise propria, acho que o poeta descreveu as fases de uma mulher comparando-a com a Lua.




Lua Nova

                                               Alphonsus de Guimarães
Pobre lua nova, tão pequena
Pelo infinito do céu perdida.
Tão magoada, tão cheia de pena
Da cor de uma menina sem vida.

Pobre lua nova quem te pôs
Tão nua assim num salão tamanho
Com o corpo, cheio de pó de arroz
Como um anjo que saiu do banho?

Que mãe sem alma (se faz tal frio)
De deixou nua num céu como este?
Caíram todos na água do rio
Os vestidos de luar que perdestes.

Vela de pôs, e vai de esconder
Atrás das nuvens - oh lua nova!
Se estas tão branca, se vás morrer
Dentro das nuvens tens uma cova!

Cova de arminho, cova de neve
Berço onde o olhar do bom Deus flutua.
Como teu corpo que é assim tão leve
Vais ficar bem pequenina lua!

Logo depois ressuscitarás;
Serás então, já mulher completa
De seios brancos de amor e paz
Deusa da noite, visão do asceta.

E serão de neve os teus noivados
Terás grinaldas brancas de areia
Menina lua, dias passados
Serás a senhora lua cheia.      


 

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